“Concebida como uma vitrine cultural, delimitada por vidros, transparente como ideias e pessoas devem ser”. É assim que se apresenta a Estação Literária Prof.ª Maria de Lourdes Évora Camargo, biblioteca pública localizada no Centro de Guararema, pequeno município da Região Metropolitana de São Paulo com pouco mais de 27 mil habitantes. Idealizada para ser um local de convivência, estudo, pesquisa e entretenimento, a estação tem vocação natural para inovar, portanto um terreno fértil para a proposta do projeto do Comitê para a Democratização da Informática em bibliotecas públicas brasileiras, que visa estimular o uso da tecnologia para aumentar a presença de jovens nesses espaços.

E é claro que esse resultado não tardou a aparecer. Com o lançamento do projeto “Tá na kara”, uma iniciativa para o público de 12 a 18 anos nas redes sociais, construída com os próprios adolescentes da comunidade, a bibliotecária Beatriz Ávila viu o “embarque” dos jovens aumentar na Estação. O projeto está estimulando o protagonismo desses meninos e meninas por meio da exposição, reflexão e diálogo sobre suas realidades, dificuldades, interesses e manifestações artísticas.

“As novas gerações de adolescentes são de nativos digitais e estão familiarizados com todos os novos tipos de tecnologia”, constata Beatriz. “Eles são dinâmicos, ágeis e requerem mais de um estímulo para manter a atenção. Os recursos e ferramentas tecnológicas são extremamente atraentes e podem ser utilizados para potencializar o desenvolvimento desses adolescentes para conquistarem seus espaços, entenderem seus direitos, refletirem sobre suas vidas e dialogarem sobre suas dificuldades e realidades”. Para ela, o uso das tecnologias também favorece o desenvolvimento de habilidades como a escrita, a leitura e a fala, e estimula o bom convívio e o envolvimento dos adolescentes com a biblioteca e a comunidade.

A primeira ação foi a criação de uma fanpage no Facebook e um canal no Youtube. A proposta é falar de assuntos sérios, por exemplo a política, de uma forma descontraída e humorística, na linguagem dos jovens. O “Tá na kara” está a pleno vapor, e os jovens estão engajados na produção de conteúdo, especialmente vídeos.